Presidente da Federação das Apaes do Estado da Bahia
Para além das limitações físicas e intelectuais, pessoas com deficiência enfrentam, diariamente, diversas outras dificuldades que os distanciam do desenvolvimento e da autonomia. Barreiras sociais que se estabelecem, majoritariamente, do preconceito e do desconhecimento sobre essa parcela da sociedade. Este é o tema central da Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece no mês de agosto e mobiliza a Rede Apae na Bahia e em todo o Brasil.
Neste ano, através de diversas ações, chamamos a atenção dos brasileiros e brasileiras para o seu papel na garantia da inclusão das pessoas pelas quais nos dedicamos a acolher e apoiar a trilhar seus próprios caminhos. O objetivo desse período não é somente inspirar e trazer reflexões, mas sim suscitar práticas concretas nos cidadãos, para que os muros erguidos diante dessas pessoas sejam, de fato, derrubados com o auxílio de todos.
O artigo 4º da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) afirma que “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. O movimento apaeano na Bahia, há mais de cinquenta anos, se esforça, cotidianamente, para assegurar o cumprimento da lei por meio do serviço de assistência social, que engloba as áreas de saúde, defesa de direitos, educação, esporte, cultura, formação para o trabalho, envelhecimento, entre outras. Mas, para que haja um cumprimento efetivo da lei, é necessário que toda sociedade se movimente, a fim de impedir que questões como a ignorância, o medo, a rejeição, a inferioridade, a piedade e os estereótipos continuem existindo e sendo perpetuados enquanto atitudes de segregação.
A quebra de estigmas e a inclusão se inicia com mudanças nos pensamentos enraizados e nas atitudes para com essas pessoas. Assim como todos, esses cidadãos possuem sonhos e expectativas e, a partir do auxílio necessário, desenvolvem autonomia e adquirem as competências e habilidades necessárias para estudar, trabalhar, formar família e exercer a cidadania.
Nesse sentido, todos estamos aptos a promover e incentivar a evolução das pessoas com deficiência, começando com um olhar de respeito e o reconhecimento de que todos somos iguais, independente de nossas limitações. Acreditar e apostar no potencial dessas pessoas também é um passo importante para que as portas da inclusão sejam totalmente abertas, e o mundo se torne um lugar mais acessível e acolhedor para esses indivíduos. São esses alguns dos caminhos para a superação de obstáculos e para a garantia de uma vida digna a essa população.